Criado com o objetivo de reconhecer e promover a participação das mulheres na ciência e apoiar cientistas promissoras no país, o prêmio ‘Para Mulheres na Ciência’ está com inscrições abertas até 8 de maio. Realizado pelo Grupo L’Oréal no Brasil, em parceria com a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Unesco no Brasil, todos os anos o programa premia sete pesquisadoras com uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil nas áreas de Ciências da Vida, Ciências Físicas, Ciências Químicas e Matemática. O objetivo é favorecer o equilíbrio dos gêneros no cenário da Ciência no Brasil.
De acordo com dados da Capes (Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), 54,2% dos alunos matriculados no stricto sensu são do gênero feminino. Apesar disso, esse equilíbrio não se estende para os cargos de liderança acadêmica. Uma pesquisa feita pelo Laboratório de Estudos sobre Educação Superior (LEES) da Unicamp mostra que o número de mulheres docentes nas universidades cresceu apenas 1% em 18 anos. Dentre os principais problemas enfrentados na carreira estão barreiras invisíveis do gênero como a falta de financiamento dos estudos e a maternidade.
Para Helena Nader, primeira presidente mulher da Academia Brasileira de Ciências (ABC), a inclusão de mulheres na ciência é fundamental para promover diversidade e avanço nas pesquisas, mas para isso, é necessário garantir ferramentas e ambientes seguros para que elas possam desenvolver as suas carreiras. “Existem barreiras que estão relacionadas ao papel social da mulher, como a maternidade e a responsabilidade do cuidar, que impactam diretamente no crescimento profissional dessas cientistas e precisam ser contemplados para garantir a equidade na ciência”, ressalta.
Para isso, o prêmio ‘Para Mulheres na Ciência’ recebe candidatura de mulheres sem filhos que tenham concluído o doutorado a partir de 1º de janeiro de 2016, sendo que para mulheres com um filho, o prazo se estende por mais um ano e, para quem tem dois ou mais filhos, o prazo adicional é de dois anos. Além disso, a cientista deve ter residência estável no Brasil, desenvolver projetos de pesquisa em instituições nacionais, entre outros requisitos. O regulamento completo e mais informações sobre o programa estão disponíveis no site. As vencedoras serão divulgadas durante o segundo semestre deste ano.
PESQUISADORAS DO IMPA JÁ FORAM PREMIADAS:
Especialista em geometria algébrica complexa, a pesquisadora do IMPA Carolina Araujo foi uma das cientistas brasileiras premiadas pelo “Para Mulheres na Ciência”, em 2008. Também pesquisadora do instituto, Luna Lomonaco foi agraciada pela edição de 2018. Luna é especialista em sistemas dinâmicos.
Na última edição, Carla Negri Lintzmayer da Universidade Federal do ABC foi a vencedora da categoria matemática. A pesquisadora investiga problemas em grafos, tendo como foco o estudo de algoritmos e de questões estruturais e teóricas sobre eles. Ela busca desenvolver algoritmos e encontrar soluções para problemas complexos, entendendo os limites do poder computacional e avançando o conhecimento na ciência da computação.
FONTE: IMPA-18/04/2024
______________________________________________________________________________
BRASIL CONQUISTA 01 MEDALHA DE PRATA E 03 DE BRONZE NA 13ª EGMO:
OLIMPÍADA EUROPEIA FEMININA DE MATEMÁTICA.
A equipe brasileira garantiu uma medalha de prata e três de bronze na 13ª edição da Olimpíada Europeia Feminina de Matemática (EGMO, na sigla em inglês) e ficou na 22ª colocação no ranking geral da competição. A delegação que representa o Brasil é formada por quatro estudantes. Todas foram premiadas na disputa, que começou dia 11 e se estende até o dia 17, na Geórgia. ISABELA RUTHNER DORN(CE) conquistou a medalha de prata; BILHANA PLAMENOVA KOSHLOUKOVA(CE), LUÍZA AKEMI BIDOIA DE FREITAS(SP) e MARIA CLARA FONTES DA SILVA(SE) ficaram com o bronze.
A vice-líder do grupo, VITÓRIA APARECIDA SANTOS FERREIRA(SP), aluna de doutorado do IMPA, destacou o progresso do grupo. “O Brasil voltou a ter todo o time de quatro pessoas como medalhistas! Três bronzes e uma prata. Foi uma conquista muito significativa, pois estamos rodeados por países de alto desempenho, com treinamento forte nacional e tradição na EGMO. Mostramos a força latina e seguimos entusiasmados para as demais competições. É a sétima participação do Brasil em 13 edições da EGMO e tivemos uma boa posição na somatória de pontos”, destacou a estudante, que acompanhou a delegação feminina ao lado da líder do grupo, Maria Clara Werneck. Toda a equipe também é medalhista da OBMEP.
No ano passado, a equipe brasileira, que contou com duas das atuais participantes, Bilhana e Isabela, terminou a EGMO 2023 com duas medalhas de bronze e uma menção honrosa, na 27ª posição no ranking geral.
Neste ano, a seleção e o treinamento da delegação brasileira foram promovidos pela Associação Olimpíada Brasileira de Matemática (AOBM). A EGMO é uma competição de Matemática similar à Olimpíada Internacional de Matemática (IMO). Foi criada em 2012, no Reino Unido, com o intuito de estimular a participação de meninas em olimpíadas estudantis de Matemática. O Brasil participa da competição desde 2017. Hoje, o país acumula uma medalha de ouro, cinco de prata e 17 de bronze. Este edição contou com a participação de mais de 200 estudantes de 55 países.
FONTE: IMPA-16/04/2024